As empresas de todo o mundo estão reconhecendo a responsabilidade de gerenciar os impactos ambientais e sociais das operações comerciais. Com a crescente pressão de acionistas e clientes, as empresas estão enfrentando demandas cada vez maiores por transparência em relação aos impactos sociais, principalmente no que diz respeito aos funcionários e trabalhadores da cadeia de valor, tanto a montante quanto a jusante.
A Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) da União Europeia está pronta para se tornar o requisito de divulgação regulamentar mais extenso, impulsionando a adoção rápida e o exame minucioso das práticas e dos relatórios de sustentabilidade corporativa. A diretriz exige que as empresas apresentem relatórios de acordo com as Normas Europeias de Relatórios de Sustentabilidade (ESRS), que fornecem uma estrutura e uma metodologia para a elaboração de relatórios sobre questões de sustentabilidade.
ESRS S1: Trabalhadores próprios
A norma ESRS S1 refere-se aos "trabalhadores próprios" de uma empresa ou aos trabalhadores contratados diretamente pela empresa. Essa norma exige que as empresas divulguem informações essenciais sobre a força de trabalho que incluam não apenas os principais indicadores relacionados às características dos funcionários, diversidade, equidade e inclusão, condições de trabalho e direitos humanos, mas também detalhes sobre as políticas e os processos para gerenciar os impactos negativos e positivos sobre os colaboradores, a eficácia dos programas para colaboradores e como a empresa garante a implementação das melhores práticas.
Essas métricas são importantes porque a divulgação desses dados promove a transparência. Ao exigir que as empresas divulguem informações sobre a composição da força de trabalho de uma organização, as políticas de força de trabalho que uma empresa tem em vigor e como uma empresa avalia e adapta continuamente a aplicação dessas políticas, a CSRD garante que as organizações possam ser responsabilizadas por todas as práticas de emprego. Essa transparência ajuda as partes interessadas a avaliar o compromisso da empresa com práticas de emprego justas, o envolvimento dos colaboradores e o bem-estar geral dos funcionários. Também permite que acionistas e clientes tomem decisões informadas sobre o apoio ou o investimento na empresa.
ESRS S2: Trabalhadores na cadeia de valor
Avançando ainda mais pela cadeia de valor, chegamos à norma ESRS S2, que se concentra nos “trabalhadores na cadeia de valor.” Trabalhadores na cadeia de valor incluem todos os profissionais, tanto a montante quanto a jusante, que são impactados de forma relevante pelas atividades de uma empresa. Essa norma visa a esclarecer as implicações sociais de toda a cadeia de suprimentos de uma empresa, além dos trabalhadores que ela emprega diretamente. Não é mais suficiente garantir práticas trabalhistas justas apenas dentro das paredes da empresa; o foco agora se estende à rede global de fornecedores, subcontratados e clientes.
Semelhante à norma ESRS S1 para trabalhadores próprios, essa norma exige que as empresas divulguem sua abordagem para identificar e gerenciar os impactos sobre os trabalhadores da cadeia de valor relacionados a condições de trabalho, igualdade de tratamento e oportunidades e direitos humanos. Isso inclui como as violações dos direitos trabalhistas, incluindo trabalho infantil, trabalho forçado e outros riscos sociais, são identificadas e tratadas. Ao informar sobre esses aspectos, as empresas demonstram um compromisso com a gestão ética e sustentável da cadeia de suprimentos.
Requisitos de divulgação e benefícios
Os requisitos de divulgação delineados na ESRS S1 e S2 não se limitam a cumprir os requisitos regulatórios; eles trazem benefícios de longo alcance para as empresas e para a sociedade como um todo.
- Melhoria da reputação e da confiança: Relatórios transparentes sobre os próprios trabalhadores e os trabalhadores da cadeia de valor geram confiança entre as partes interessadas. Quando as empresas são abertas em relação às práticas de sua força de trabalho e aos esforços da cadeia de suprimentos, elas têm maior probabilidade de obter uma reputação positiva com as partes interessadas externas e internas, como funcionários atuais e potenciais.
- Mitigação de riscos: Ao identificar e abordar proativamente os riscos relacionados ao trabalho nas operações e na cadeia de valor, as empresas podem mitigar os possíveis problemas antes que eles se transformem em crises graves. Isso não apenas reduz o risco à reputação e à continuidade dos negócios, mas também ajuda a garantir um ambiente de negócios mais estável e ético.
- Vantagem competitiva: A adesão às normas S1 e S2 da ESRS pode ser um diferencial poderoso entre os concorrentes e pode ajudar a atrair clientes que valorizam práticas éticas e promover a empresa como líder em sustentabilidade e responsabilidade corporativa.
- Melhorias internas: O foco no bem-estar dos próprios funcionários e daqueles que fazem parte da cadeia de valor pode levar a funcionários mais felizes e engajados, o que geralmente se traduz em maior produtividade, retenção de funcionários e atratividade, além de melhor desempenho comercial a longo prazo.
- Progresso global: A implementação das normas S1 e S2 da ESRS está alinhada com o objetivo global mais amplo de melhorar os direitos trabalhistas e a ética da cadeia de suprimentos, contribuindo para um mundo mais equitativo e sustentável.
Desafios e oportunidades
Embora a adoção das normas S1 e S2 do ESRS seja essencial, ela não é isenta de complicações. As empresas podem ter dificuldades com a coleta de dados, a verificação e a garantia de que os parceiros da cadeia de suprimentos cumpram essas normas. No entanto, esses desafios também apresentam oportunidades de crescimento e inovação. O desenvolvimento de métodos mais robustos de coleta de dados e a formação de parcerias com fornecedores diversificados e éticos podem ser uma vantagem de longo prazo.
O BSI tem orgulho de fazer parcerias com empresas que estão tomando a iniciativa de construir cadeias de suprimentos responsáveis e sustentáveis. Temos a especialização necessária para ajudar as empresas a atender aos requisitos regulatórios, implementar programas robustos para funcionários e enfrentar a complexidade da gestão e do compliance de riscos corporativos sociais e éticos.
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