Muito antes de a pandemia remodelar nossas rotinas normais, o estresse dos colaboradores e a saúde mental precária já eram uma preocupação de todo o setor. No entanto, em nosso mundo pós-pandêmico, as pressões relacionadas ao trabalho afetam ainda mais a força de trabalho, principalmente em setores fisicamente exigentes, como o de construção.
Na construção civil, a saúde mental é afetada por uma série de fatores, incluindo jornadas de trabalho desafiadoras, abuso de drogas e álcool, escassez de mão de obra e uma cultura dominada pelos homens, em que a discussão sobre problemas de saúde mental pode ser difícil ou completamente ignorada. Consequentemente, a taxa de suicídio na construção é quatro vezes maior do que na população em geral, e tem uma das taxas mais altas de qualquer outro setor.
Os riscos à saúde física na construção incluem quedas, aprisionamento, impacto por objetos e eletrocussão — amplamente documentados e geralmente conhecidos como os quatro principais perigos (“focus four”). No entanto, embora igualmente importantes, os incidentes psicológicos e de saúde mental não são registrados da mesma forma. Um sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional que gerencia a saúde física e psicológica pode garantir que os funcionários se sintam apoiados por sua equipe de liderança.
Embora não existam soluções rápidas, há medidas estratégicas tangíveis que os líderes de segurança podem adotar, como a implementação de programas de assistência ao colaborador (EAPs). Para garantir que esses serviços sejam acessados por aqueles que precisam deles, estratégias como campanhas de conscientização ou melhor visibilidade dos serviços de saúde mental podem ser benéficas. Outras estratégias incluem a incorporação da saúde mental nas conversas de toda a empresa, o compartilhamento de estatísticas específicas do setor ao discutir os riscos e a garantia de que os funcionários estejam cientes dos sinais de alerta comuns.
Para empresas menores, onde os EAPs podem ser impraticáveis ou caros, os colaboradores podem ser apoiados estabelecendo papéis organizacionais claros, realizando pesquisas sobre as preocupações dos colaboradores ou oferecendo maior flexibilidade nos horários de turno e pausas.
Há várias questões que qualquer organização, independentemente do tamanho ou do setor, pode abordar ao desenvolver estratégias de saúde mental:
- Como definiremos claramente nossa estratégia de saúde mental e bem-estar e a aplicaremos de forma consistente em toda a organização?
- Como vamos nos concentrar no gerenciamento real de riscos psicossociais organizacionais em vez de iniciativas individuais de resiliência?
- Como conseguiremos uma comunicação e um envolvimento eficazes em toda a nossa organização?
- Como administraremos o impacto residual da pandemia sobre a saúde mental e implementaremos medidas para lidar com as consequências, principalmente em relação às pessoas que trabalham em casa?
- Como mediremos a eficácia de nossas estratégias para promover a saúde mental e o bem-estar?
O foco na conscientização sobre a saúde mental e o desenvolvimento de iniciativas de apoio devem ser considerados na reformulação dos programas de saúde e segurança existentes ou no desenvolvimento de novos processos. Começar com um programa básico e metas simples, mensuráveis e atingíveis, além de se concentrar em atingir essas metas, monitorar o progresso e avaliar os resultados, deve levar a um nível mais alto de realização.
Este artigo foi publicado originalmente na HSSE Global em 8 de março de 2023 com o título How construction companies can incorporate mental health into workplace H&S policy. O conteúdo foi modificado e compactado para este blog. Consulte o artigo completo para ter acesso aos insights completos de Joseph sobre esse tópico. Para obter mais insights que devem estar no topo da lista de sua organização, acesse Espaço dos Especialistas do BSI.